A forma mais fácil de explicar o sistema é comparando com uma “vaquinha”, aquela velha forma de aquisição de algo por um grupo de pessoas através da contribuição de todos.
Imagine que você e mais 9 amigos tenham um desejo em comum: comprar uma moto que custa, por exemplo, R$ 5.000,00. Se vocês fizerem uma vaquinha durante dez meses com cada um contribuindo com R$ 500,00, conseguirão comprar uma moto por mês:
R$ 500,00 x 10 pessoas = R$ 5.000,00 (1 moto)
R$ 5.000,00 x 10 meses = 10 motos (uma para cada participante)
E, para não haver injustiças, vocês combinaram que o critério para a entrega das motos seria o sorteio. Simples, não é?
Digamos que tenha dado tudo certo e vocês quiseram repetir a situação. Entretanto, com duas diferenças:
- Outras 10 pessoas (além das 10 atuais) querem entrar para essa “vaquinha”.
- Muitas dessas pessoas não querem depender da sorte para serem contemplados.
Alguém dá uma ideia genial, que pode resolver essas duas situações novas de uma só vez:
- Se temos agora 20 participantes e mantivermos os 10 meses de prazo do grupo, poderemos entregar duas motos por mês:
R$ 500,00 x 20 pessoas = R$ 10.000,00 (2 motos)
R$ 10.000,00 x 10 meses = 20 motos (uma para cada participante) - Se vamos entregar 2 motos por mês, podemos estabelecer 2 critérios para a entrega: sorteio (como no grupo anterior) e lance. Nesse caso, quem tem mais pressa, dá um lance em dinheiro. Quem der mais, leva a segunda moto do mês. E, para não haver injustiça, os lances serão ofertados em segredo e revelados de uma só vez.
Aí, surgem algumas dúvidas:
- Se alguém oferta um lance em dinheiro e acaba sendo contemplado, vai sobrar dinheiro no caixa do grupo, correto?
Resposta: Sim, mas esse dinheiro continuará no caixa do grupo, até que todas as motos sejam entregues. - Então, a pessoa que ofertou o lance pagará “a mais” pela moto?
Resposta: Não! O lance apenas antecipou as prestações. Digamos que, no primeiro mês ela pagou R$ 500,00 da primeira prestação, mais R$ 1.000,00 de um lance vencedor. Isso significa que ela já quitou R$ 1.500,00, restando um saldo devedor de R$ 3.500,00. Então, das duas, uma:
- Ou ela pagará apenas mais 7 prestações de R$ 500,00 (R$ 3.500,00)
- Ou ela passará a pagar R$ 388,89 de prestação nas 9 restantes (R$ 3.500,00)
Foi assim, que nasceu o consórcio, em 1962, através de um grupo de funcionários do Banco do Brasil. A “brincadeira” ficou séria e o sistema passou a enfrentar situações que mereceram ajustes:
- As inadimplências, os cancelamentos e até o falecimento dos integrantes do grupo tiveram que ser pensados. Afinal, toda a mecânica do sistema só funciona se todos participarem igualmente, ou então, se houver alguma proteção para essas eventualidades. Foi aí que surgiram o Fundo de Reserva e o Seguro de Vida em Grupo.
- Alguém teria que assumir a gestão do grupo. Uma posição que mereceria confiança e que daria um bom trabalho, sem contar o peso da responsabilidade. E mais: chegou-se à conclusão que não poderia ser ninguém do grupo, para não haver qualquer oportunidade de fraude. Que tal, então, aplicar uma pequena taxa para cada integrante e pagar para um bom profissional assumir esse papel? Nascia, então, o Administrador de Consórcios e a Taxa de Administração. Mas tudo isso teve que ser regulamentado e fiscalizado pelo governo. É por isso que, atualmente, é muito difícil haver fraudes por parte das administradoras, a não ser que estas não sejam homologadas pelo Banco Central.
E aí? Entendeu como funciona? Viu como é simples? Mas é preciso muita competência e precisão para pode administrar grupos de consórcio. A complexidade do sistema está nos detalhes!
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